LIVRO DA SEMANA – EU, VOCÊ E A GAROTA QUE VAI MORRER

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Livro que deu origem ao filme vencedor do Festival Sundance 2015, nas categorias Público e Crítica, com estreia marcada para 12 de junho nos EUA, Eu, você e a garota que vai morrer é uma mistura perfeita entre drama e humor e um retrato preciso da adolescência em face do amadurecimento. Na trama, Greg tem apenas um amigo, Earl, com quem passa o tempo livre jogando videogame e (re)criando versões bastante pessoais de clássicos do cinema, até a sua mãe decidir que ele deve se aproximar de Raquel, colega de turma que sofre de leucemia. Contrariando todas as expectativas, os três se tornam amigos e vivem experiências ao mesmo tempo tocantes e hilárias, narradas com incrível talento e sensibilidade.

Ah, mas é muito mais do que isso. E antes que você me pergunte – sim, esse é um livro teen. Muito. Daqueles que não disfarçam. E quem já foi adolescente um dia, vai se identificar (assim como quem não tem muita paciência para questões existencialistas adolescentes, talvez não curta tanto).

Mas não se engane com a menina, a que vai morrer – essa história não tem nada de A Culpa é das Estrelas. Aqui os adolescentes não são fofos, idealizados, altruístas e cheios de mensagens. Eles são só… adolescentes. Confusos, problemáticos, em busca. Também não achei melancólico como As Vantagens de Ser Invisível, outro livro com o qual foi comparado. Se eu tivesse que fazer uma comparação, diria que ele me lembra O Apanhador no Campo de Centeio. E, por favor, não ache que estou louca – ele NÃO É o apanhador. Não chega nem perto.

Mas a narrativa é honesta e crua, como no apanhador. Não é uma história clássica, com começo, meio e fim (e uma mensagem). Ela é só um recorte – recorte de um momento específico na vida daqueles adolescentes. De um, em especial. E da sua dificuldade em se enquadrar.

Comecei achando que era só mais um livro, mas quanto mais perto do final, mais gostava. E não espere ele ser daqueles tristes, que giram em torno de uma doença e que te fazem chorar. Achei-o bem leve, e li rapidíssimo.

E o que é o Earl? O melhor (e único) amigo do protagonista? Fiquei apaixonada por ele – aparentemente frágil, pequeno e fofo, mas durão, sábio e bravinho. Uma delícia de ler sobre. E o texto é todo pouco óbvio – isso fica evidente no final, quando era de se esperar algo grandioso e espetacular (redentor até), e é só tudo… bem realista.